terça-feira, 11 de agosto de 2015

FATÍDICO

Andava por outeiros incomuns;
Envolto em brumas densas e silentes,
Daquelas que não vemos normalmente,
Com a fome de dez dias de jejum.

E, longe, vi a silhueta de algum
Bípede, caminhando lentamente;
Pensei: - São projeções da minha mente!
Mas, temi, em meus neurônios; um a um!...

Então, estático, gritei: - Quem és?
E, além do timbre do silêncio, nada
Ouvia ecoar no nevoeiro.

Por trás de tais contornos, vi os pés
De mais gente (triste). Vi pás e enxadas;
E notei que a sombra era meu coveiro.
Fábio Rezende


Um comentário:

  1. Bom dia Fábio,versos soberbos e belos.

    Tenha um Feliz Natal !
    Abraço natalino.
    Diná

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