segunda-feira, 24 de agosto de 2015

ABIÓTICA VIVA

Na urbana concretude, a demência
É fartura. E este poderio sarcástico
Chega, enfim, a tornar-se um dos clássicos
Da miscigenação das aparências.


Sou um transeunte desta latência;
Não a Freudiana; mas, algo qu'é drástico,
Uma fase em que, qual um elástico,
Contrai e expande as incongruências.



Os saudáveis e os loucos, sem juízo,
Caminham tortos e eu metabolizo
O plástico, o aço, o enxofre e o carbono.



E, enquanto eu tento manter a saúde,
Ira e radiação vêm, amiúde,
Da sintética cidade sem sono.
Fábio Rezende

Nenhum comentário:

Postar um comentário