domingo, 13 de novembro de 2011

ABSINTO ABSTRATO

Tu és meu absinto abstrato
Eu, vaso cheio do vazio
Enche-me de amor e de frio
Na ausência tua; o teu retrato

E, nessa ausência, me maltrato
Pois, o meu pranto jaz num rio
Verto minh'alma no arrepio
Do meu amor, vero e ingrato

E o fogo astuto, congelante
No peito morto e inerte
Do poeta cinza, num ato

Que, de brusco e delirante
Foi ter contigo, sem ver-te
Na minha morte que me mato
Fabio Rezende

Nenhum comentário:

Postar um comentário