domingo, 29 de abril de 2012

DESAMADO

Quando eu repousar no sono frio;
Naquela inércia irreversível,
Direi, com um grito forte e inaudível:
Te amo! No papel de quem partiu.

Mesmo ali, sem vida, e num hostil...
leito mórbido, triste e invisível,
Sentirei, por ti, um amor incrível,
Que por mim, vivo, você não sentiu.

Ouvirei, na lamentação do vento,
As lágrimas de arrependimento,
Caindo no solo sobre o vazio.

Este chão encobrirá o meu repouso;
E o meu amor, este ser meio teimoso,
Te amará; triste, fraco e febril.
Fabio Rezende

Nenhum comentário:

Postar um comentário