Fera que devora e que despedaça
Que apodrece lentamente e mata
No cárcere eterno que maltrata
Célula por célula, na desgraça.
Terror dos narcisistas... cor de prata
Terror da decadência dessa raça
Veneno transbordado duma taça
Sombra do medo dos dias e das datas.
E nós, que somos escravos temporários
Dos anos que vivermos solitários
Condenados a morte, somos fumaça.
E, depois do nosso tempo, dormiremos
Um sono que, em vida, não tivemos
No silêncio eterno das carcaças.
Fabio Rezende
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